Um dispositivo de ativação. Pensar sobre a humanidade é (talvez) operar pelo desvio. Trata-se de conexões atravessadas que pretendem mediar narrativas, discursos e intensidades possíveis que abordem ideias sobre o ser.
UMAN_ é um acontecimento em trânsito, uma reflexão que tem pela via da dança seu estado de incorporação. Acontece em séries, em formatos diferentes. É um discurso que necessita constante revisão, por isso, intrínseco a seu formato, está sua própria diluição. UMAN_ trata de variações. Dois corpos e um objeto. É assim que os intérpretes mergulham nas sensações e nos sentidos das imagens coreográficas, tendo como premissa a noção de que a construção em arte deriva sempre de uma experiência do sensível.
Nossa investigação teve início na pesquisa com os estados e seus transbordamentos pelo corpo em atuação. A energia primitiva, orgânica e criadora que potencializa o corpo do intérprete nos colocou em um conflito: o que sabe, afinal, o Sapiens Sapiens?
Afinal, o que pode
ser o humano?
Nesse território da invenção do corpo, experimentamos mergulhar em múltiplos sentidos do que pode ser compreendido como HUMANO. Esse ser social que busca purificar-se de sua origem animal vestindo-se do conceito de elegância, tenciona os impulsos do querer ser potente, múltiplo e vivo.
Imagens que se fragmentam e se remontam para revelar a animalidade, a sexualidade, a divindade, a fragilidade e, sobretudo, as incertezas de ser quem nós somos. É o trono, a trincheira, a escada, o esconderijo, a roda da fortuna, o fardo.
UMAN se constrói nas tensões da multiplicidade, expondo as vísceras, revelando o esforço de parir a si próprio numa dramaturgia de diálogo entre a dança, a música e o teatro.
FICHA TÉCNICA
Concepção, direção e atuação: Deisi Margarida e Rodrigo Gondim
Música e Arranjo: Luciano Pozino
Figurino: Nívea Faso
Fotógrafo: Igor Keller
Iluminação: Fernanda Mantovani
Produção: Deisi Margarida
Design: Marcos Correa e Fábio Lacerda
Operação de luz e som: Debora Thomas